Eu gosto de viver aqui no campo porque tem vezes que parece que vivo no enredo de uma telenovela campestre, ou no meio de Green Acres. É certamente mais divertido do que viver como um mero número na imensidão da cidade.
Pois aqui, como em quase toda a parte do país, passámos do laranja ao rosa, se bem que o laranja tenha feito propaganda eleitoral em azul. Por mim, conheço os candidatos e pouco me interessa a política. A Dona A. dos Correios é a candidata natural e tradicional da CDU, o meu amigo Inocêncio era o candidato do PSD à Junta e a G. da imobiliária era a candidata do PS à Junta. Ganhou quem ganhou. O giro foi ver as sedes das candidaturas. Tanto o PS como o PSD tomaram o centro da vila de assalto, literalmente porta com porta. O PS ficou no antigo café central (vila que se preze tem um café central e nós aqui não destoamos) e o PSD instalou-se na antiga central da Rodoviária (enfim, somos muito dados a tudo o que diga central...). Era um chinfrim passar no meio da vila. Ontem, à hora que cheguei ao burgo, por volta das 22.00, cedo, portanto, estava a sede do PSD fechada à chave e ninguém na rua e os jotas do PS todos à chuva de bandeirola em punho. Nem foi preciso ir ver o papel pregado à porta da Câmara para ver que as coisas tinham mudado. Mas fui na mesma. E lá estava, a previsibilidade: o candidato do PSD venceu em toda a linha na freguesia de onde é natural, grande rival da sede de concelho, e o candidato do PS venceu em toda a linha na sede de concelho que estava com medo de ser invadida pelos arrabaldes perdidos nos montes. É ou não o máximo viver na província? Alguém na cidade tem esta diversão em dia de eleições?
30 de setembro de 2013
27 de setembro de 2013
Decisões do passado antigo
Tomei uma decisão muito contestada aos 17 anos. Perseguiu-me e viveu comigo a vida inteira sem que eu a quisesse desfazer. Pensei sempre que me ia ser útil quando todos pensavam exactamente o contrário. Hoje vai ser-me útil...
Ainda gosto muito daquela miúda loura que ia conquistar o mundo.
Ainda gosto muito daquela miúda loura que ia conquistar o mundo.
25 de setembro de 2013
Réstia de sol em dia de chuva
Há sempre qualquer coisa de belo em luz de Outono coada pela manhã...
23 de setembro de 2013
Esta coisa de morar na província e trabalhar na cidade
Chego aqui ao meu campo fora de horas, quer dizer: fora das horas em que não costumo chegar ao campo.
Em plena campanha, um amigo de infância, prospectivo Presidente da Junta, saca de um "tu" e vem-me dar uma caneta e um bloco com uma cor muito diferente da habitual no partido dele:
- Ó xpto, tu vota em mim, ok?
Rio enquanto ele me abraça efusivamente e o candidato a Presidente da Câmara se "aprochega" para me cumprimentar. Continuo de sorriso. Uns metros à frente, cena idêntica com outra campanha, só que agora dão-me uma caneta e uma caixinha plástica que presumo ser um contentor para comprimidos. Acho bem: comprimidos é o que mais precisamos para aturar a causa política neste país. Sorrio sempre.
Da esquerda à direita já me convidaram para as listas do burgo. Ninguém sabe do meu voto mas acham todos que voto neles. E voto porque voto sempre, como votei no dia em que a Mãe morreu e havia referendo. Só não sabem mesmo é em quem voto.
- Ó xpto, conto contigo!
Rio.
No resto, começaram as vindimas e, tirando os fretes de não conseguir ultrapassar tractores com tinas, estamos numa estação muito querida aqui pela minha província.
Em plena campanha, um amigo de infância, prospectivo Presidente da Junta, saca de um "tu" e vem-me dar uma caneta e um bloco com uma cor muito diferente da habitual no partido dele:
- Ó xpto, tu vota em mim, ok?
Rio enquanto ele me abraça efusivamente e o candidato a Presidente da Câmara se "aprochega" para me cumprimentar. Continuo de sorriso. Uns metros à frente, cena idêntica com outra campanha, só que agora dão-me uma caneta e uma caixinha plástica que presumo ser um contentor para comprimidos. Acho bem: comprimidos é o que mais precisamos para aturar a causa política neste país. Sorrio sempre.
Da esquerda à direita já me convidaram para as listas do burgo. Ninguém sabe do meu voto mas acham todos que voto neles. E voto porque voto sempre, como votei no dia em que a Mãe morreu e havia referendo. Só não sabem mesmo é em quem voto.
- Ó xpto, conto contigo!
Rio.
No resto, começaram as vindimas e, tirando os fretes de não conseguir ultrapassar tractores com tinas, estamos numa estação muito querida aqui pela minha província.
22 de setembro de 2013
Enquanto o Outono chega e não chega
Enquanto o Outono chega e não chega, aproveito as sestas do meu sobrinho (de weekend com a Tia) e vou penosamente escrevendo o artigo que tem de estar pronto por estes dias. Ele há dias em que só me apetecia ser Tia...
18 de setembro de 2013
16 de setembro de 2013
Algures pelo Alentejo
Parecia mesmo um tornado daqueles à séria no Kansas. E, por isto, é que gosto tanto do Alentejo. De repente, os 31º fizeram-se 19º e a chuva caiu de jacto de um céu de chumbo.
12 de setembro de 2013
O que os media não dizem
O que os media não dizem é que (ainda) há muitos de nós nas universidades do tão temido funcionalismo público a fazer horários de Revolução Industrial para manter as instituições a funcionar. O que os media não dizem é que se fizéssemos "só" as 40 horas que agora o Estado quer implementar íamos ao fundo mais do que já fomos. O que os media não dizem e o Estado não vê nem o público quer saber é o que está por trás do propalado "regular funcionamento das instituições".
7 de setembro de 2013
A 1ª vez que fui com o meu sobrinho ao café
A primeira vez que levei o meu sobrinho ao café passeei com ele por Lisboa soalheira de tardinha com pombos no passeio. O Manel, no seu uniforme colegial, quis pôr o chapéu de abas que a Tia tem no carro e lá saímos naqueles preparos.
Fui buscá-lo ao colégio e não quis ir logo levá-lo a casa. Apeteceu-me tempo de tia, tempo de sobrinho e de nos construirmos a dois. Já se senta tão bem. E diz as cores e as frutas e os bolos que vê. E a Tia com tudo se surpreende. Pedi lanche para mim e uma xícara e pires vazios onde ia deitando dedais de néctar de pêra para ele se entreter até ser ele a querer verter o sumo para a chaveninha dele. Dei-lhe migalhinhas de salame de chocolate só para o ver na felicidade do açúcar a que de hábito não tem direito. E depois fomos andar no passo dele pela calçada. Passadas pequeninas que o deixam aperceber-se de tinónis e autocarros e motas que o extasiam.
Algures devido ao Manel deixei de ser a Blondewithaphd e prefiro tanto mais ser a Tia Bá, a tia-mãe do Manel. Há algo melhor do que uma criança que nos dá a mão?
Fui buscá-lo ao colégio e não quis ir logo levá-lo a casa. Apeteceu-me tempo de tia, tempo de sobrinho e de nos construirmos a dois. Já se senta tão bem. E diz as cores e as frutas e os bolos que vê. E a Tia com tudo se surpreende. Pedi lanche para mim e uma xícara e pires vazios onde ia deitando dedais de néctar de pêra para ele se entreter até ser ele a querer verter o sumo para a chaveninha dele. Dei-lhe migalhinhas de salame de chocolate só para o ver na felicidade do açúcar a que de hábito não tem direito. E depois fomos andar no passo dele pela calçada. Passadas pequeninas que o deixam aperceber-se de tinónis e autocarros e motas que o extasiam.
Algures devido ao Manel deixei de ser a Blondewithaphd e prefiro tanto mais ser a Tia Bá, a tia-mãe do Manel. Há algo melhor do que uma criança que nos dá a mão?
3 de setembro de 2013
Procrastinação
Procrastinação - palavra estúpida bem aplicada a Blondewithaphds que têm até 30 de Setembro para entregarem um paper que ainda não está escrito, que tem de ser escrito e que não têm vontadinha nenhuma de escrever.
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