19 de agosto de 2015

Dia 16: Ter o Spotty à espera

O que chegar tem de bom é a recepção calorosa (como se não houvesse amanhã) que o Spotty propicia com tanto entusiasmo. Tem vezes que age como se estivesse muito ofendido com a ausência e ignora que regressei, dando-me um olímpico desprezo demonstrativo do seu desagrado. Levanta a cabeça, olha-me de soslaio e vira-me as costas altaneiramente. Não desta vez. Saltos e círculos à volta dos meus pés. Carinho a rodos. Felicidade canina em estado puro. O amanhecer depois é que trouxe a visualização do estrago (coisa habitual mas sempre inesperada pois a imaginação deste cão não conhece limites).
Aquilo era um canteiro de lírios. Havia diversos pés de lírios azuis devidamente plantados e rodeados de casca de pinheiro. Havia... O canteiro virou trincheira devastada em cenário bélico e o pior é que deixei a carrinha estacionada no quintal mesmo ao pé do canteiro. Está coberta de terra e pó e se o Senhor Meu Pai a visse lá ia eu ouvir que um carro é o espelho do dono (maneira cordato-sarcástica que o Senhor Meu Pai tem de dizer que eu não sou exemplo para ninguém em termos de manutenção automobilística).
E agora quem é que vai ter de andar de pá e vassoura a varrer os desatinos do Senhor D. Spotty José, quem é? Bem... ao menos desta vez não comeu os sprinklers da rega nem roeu os candeeiros da relva nem meteu o nariz em vespeiros nem se ensarilhou no tapete nem esfrangalhou o colchão (que eu saiba... aguardo relatório mais pormenorizado enquanto vou fazer uma vistoria mais detalhada aos vastos domínios da criatura).
Este cão é um portento...

1 comentário:

Cristina Torrão disse...

Tadito. Aborreceu-se, teve saudades.
Quando nos aborrecemos de morte, também fazemos asneiras... ;-)