- Ah, eu aos meus filhos dou...
A conversa era sobre os presentes que damos às crianças da família. Os interlocutores eram colegas minhas, todas mães.
A frase saiu-me sem que eu me desse conta. Chamei-lhes filhos quando, em rigor, eles são-me sobrinhos. Só que o coração desconhece coisas de semântica e os meus sobrinhos, que também se enganam às vezes e me chamam mãe, são-me sentidos como filhos. O engraçado foi que quando me dei conta de lhes ter chamado filhos não me corrigi e nem me corrigiram as minhas colegas. A coisa foi tão natural como se eu pertencesse a uma casta universal que é das mães-mães, sendo eu uma tia-mãe.
Os meus filhos... Não o são, mas são-no.
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