14 de setembro de 2016

Dia 3: A Missão

Depois do The Alamo, a outra grande atracção de San Antonio é a Mission San José, simultaneamente, uma das poucas denominações UNESCO nos Estados Unidos e das mais poucas ainda que não são paisagens naturais. Sempre tive um natural fascínio por missões, relatos de missionários e sempre me causou admiração a entrega voluntária dos Homens ao espírito missionário. Amo rever The Mission (1986) com uns jovens e supremamente talentosos Jeremy Irons e Robert De Niro e não é à toa que, academicamente, as minhas teses têm envolvido pesquisa sobre o trabalho de David Livingstone, esse paradigma da missionação em África. Contudo, confesso que não ia com nenhum particular desejo de encanto. Estava em San Antonio e, por estar em San Antonio, o que qualquer viajante faz é ir ao Alamo e à Missão e eu sou uma comum viajante sem ganas obcecadas de ser diferente. Fui.
Ainda bem. Ao contrário do Alamo, a Mission San José é relativamente desinvadida por turistas. É um espaço de silêncio feito de cigarras e calor, um oásis tranquilo. Detenho-me horas na Missão. Parece que nem o espaço me quer deixar ir embora nem eu tenho o instinto de partir. Vejo o pároco. Rezo. Recolho-me. Agradeço. Agradeço o que tenho e o que me permite estar ali. Percebo a atribuição UNESCO tão merecida. Sei que a minha viagem será inolvidável. Ganho essa certeza ali na Missão sei saber bem porquê que a ganho. Algo se me passou ali. Pelos momento que ali estou sou a pessoa mais feliz que alguma vez foi feliz. O instante breve da felicidade é a maior felicidade. Simples. Desempecilhada. Total.
O que levo na memória da minha passagem pela Mission San José? A felicidade dos momentos em que o que nos transcende nos invade plenamente. Amén!

2 comentários:

Dalma disse...

Há precisamente 49 anos os meus pais presentearam-me com uma viagem a Roma e nessa altura "não havia" turistas, mas sim visitantes e nessa condição fui ao Coliseu! A sensação foi impressionante, indescritível, senti mesmo que era um lugar santo! Nunca senti isso em mais lugar algum!

Gosto muito da abordagem que faz da sua viagem, porque ao contrário de outros blogs o seu não é um guia turístico mas um guia de " off the beatean paths", o que o torna muito curioso.

Dalma disse...

... beaten "...