Acordo num dia estupendo. Na mente um único pensamento isolado que é um todo: casei no inesperado. Pensei que não ia ligar nenhuma a semelhante ocorrência, que estava acima de sensações, que tudo seguiria igual porque eu estaria igual e eu me sentiria igual. Não é bem assim. Nesta manhã acordo a pensar em ontem e no que ontem me terá mudado para eu me sentir assim feliz, não o feliz por estar a viajar, mas o feliz por estar a viver. Acho que, finalmente, terei morto fantasmas e desacorrentado grilhões. Há uma estranha, porque a não reconheço, leveza que me cerca e que me faz querer viver e começar a estrada que, afinal, e só por causa de ontem, me é nova. Como é que eu cheguei aqui? Sei e não sei e já não me interessa saber. Cheguei e sem saber que aqui alguma vez chegaria, Aqui é onde eu sempre quis chegar.
Estou mais feliz hoje do que ontem porque hoje é o depois da curva e a paisagem neste depois é infinitamente bela e cheia de promessas de descoberta. Ontem vislumbrava a curva sem saber o que estaria depois. Agora já sei e não tem os temores que eu receei, não é o igual ao de sempre, não é nada do que eu pensava, é uma coisa nova e desassombrada. Que eu Aqui esteja é o absoluto.
Meses depois o homem que me fez casar dirá destes dias numa cidade sem alma "surreal quality Vegas" e é isso: surreal. Porém, real, o meu real.
1 comentário:
Desejo-lhe que o real, daqui em diante, seja o surreal que viveu em LV, que me parece ter sido um feliz real!
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