5 de junho de 2018

Schongau

Depois de Augsburg, a Estrada Romântica leva-nos a Landsberg am Lech que visitámos enquanto estivemos estacionados em Starnberg no início desta nossa jornada pelo país que me viu nascer. Passamos esse destino em claro e dirigimo-nos para a parte alpina, e recta final, desta Estrada. Schongau é o próximo destino.
Trata-se de outra das cidadezinhas pitorescas que caracterizam o imaginário da Estrada Romântica: casinhas coloridas e bem-preservadas, uma muralha medieva a abraçar a cidade e o ritmo calmo e descontraído que se respira pelas ruas da cidade. Poucos turistas e não muitos nativos. Digno de nota o facto de se conseguir vislumbrar daqui o Zugspitze, bem ao fundo entre as nuvens, o ponto mais elevado da Alemanha a uma altitude de 2.962 metros.
Schongau fica, digamos assim, no meio do nada. Não é dos pólos mais atractivos da Estrada Romântica e, sejamos francos, para quem estiver com pressa no caminho é uma das etapas "saltáveis". No entanto, para quem gostar de curiosidades é aqui que está sepultado, num túmulo de vidro à vista de todos, o desgraçado do São Constante, um eremita e mártir irlandês que acabou num relicário aqui nestes confins. A igreja com semelhante "artefacto" merece uma visita pelo espectáculo de magnificência barroca que mostra. É só procurar na Marienplatz a igreja Maria Himmelfahrt e ficar a contemplar o pensamento de como nas mais remotas lonjuras surgem obras destas... Impressionante, ainda que impressionante não seja, porventura, o adjectivo mais apropriado para descrever esta espécie de anti-clímax antes da apoteose que encerra a Estrada Romântica. É pena para Schongau que tenha de viver ensombrado pelos Alpes do horizonte, pelas cidades-jóia que existem antes de aqui chegarmos e pela majestade que se aloja uns quilómetros mais à frente. Sim, é uma pena para Schongau.

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