Estamos no carro. Pede-me U2.
- Um álbum qualquer, Tia. Conheço-os todos.
Parte do meu cérebro trava enquanto a outra tenta perceber. Tem sete anos.
- U2? - pergunto.
- Sim, Tia.
Tocam os U2. Sabe as letras todas. Canta-as e o meu cérebro sem perceber aquela possibilidade. Pergunto-lhe se o pai ouve U2 porque nem eu, nem a mãe dele ouvimos.
- Descobri sózinho.
- E gostavas de ir a um concerto dos U2?
- Adorava, Tia. Mas os bilhetes são só para adultos. Adorava, Tia.
Já se passaram uns dias e eu continuo nesta estupefacção. O meu sobrinho de sete anos descobriu U2, gosta de U2 e canta U2 sem que isso lhe seja um gosto ensinado. Que tempo é este que corre tão veloz?
Descubro, por coincidência, que vou a um concerto de U2 para a semana. Não sou fã. Não aprecio particularmente se bem que a minha canção favorita de sempre seja "One" na versão Mary J. Blige e U2. Eu vou ao concerto sem saber que os U2 vinham cá. Vou sem saber que ia e o meu sobrinho que ama e adora não vai porque só tem sete anos. Ele há cada coincidência...
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