Estamos na região dos Grandes Lagos, a maior superfície de água doce do mundo. No Niágara e no Ohio, o lago chama-se Ontário. É grande, enorme, mas é um anão comparado com o Michigan.
Depois de atravessarmos o Estado do Ohio, entramos no do Indiana e chegamos a uma cidadezinha apropriadamente chamada Michigan City. Procuramos as margens do lago e damos connosco numa praia que tem de familiar o parecer uma praia oceânica. Estes lagos são tão gigantescos que têm marés, tempestades, ondas, histórias de naufrágios, faróis, portos e praias tal como qualquer mar de água salgada. É impossível ver as margens do outro lado, cortadas que estão pelo horizonte da esfera terrestre. Há gaivotas e algas, areia e seixos.
A sensação é estranha porque o cérebro tem de estar constantemente a lembrar-se de que o que os olhos vêem é um lago. O cheiro a maresia é substituído por um cheiro intenso de água e humidade e a areia não se nos cola nos pés por ausência de salinidade. Repito os pensamentos que tive a primeira vez que vi o Lago Michigan. Foi há uma década e eu estava em Chicago. Fiquei boquiaberta com a sua envergadura líquida, a expansão azul ilimitada que os meus olhos viam e a mente a saber que este mar não vai dar a lado nenhum.
Vejo os veraneantes que se portam aqui como em qualquer lusitana praia, como em qualquer estância mediterrânica e penso na variedade de experiências que a Natureza nos oferece. Haja mundo!
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