É a terceira vez que vou às cataratas do Niágara mas a primeira em que estou do lado norte-americano. Do lado do Canadá assistimos ao espectáculo das quedas de água como se fossem um palco e nós observadores a plateia. É uma visão de cenário em frente a nós a que se tem do lado canadiano. De outra vez, embarquei num daqueles barcos que vão rio dentro até ficarem perigosamente perto da água em queda e, agora, observo o monumento de água feroz da verticalidade da queda.
Do lado americano não vemos as quedas de água à nossa frente. Estamos por cima delas, vamos até à beira de onde elas se precipitam. Não há visão de cenário, ou visão de distância, há a vertigem do precipício, o rugir trovejante das toneladas líquidas que se jogam velozes precipício abaixo. ao cabo destas três vezes, acho que já mais nenhum ângulo me falta. Podia ainda ir fazer um tour de helicóptero mas eu temo a radicalidade das vertigens e nada me compele ou seduz nessa ideia.
Lembro-me da primeira vez em que vi as cataratas. o cumprimento de um sonho de sempre e o fascínio que nos produzem esses momentos. Hoje venho mostrá-las ao meu marido e observar o fascínio que elas exercem num outro alguém.
Estamos de regresso ao carro para nos irmos embora quando um americano olha para nós e nos diz se não queremos os bilhetes que ele comprou para o eléctrico que dá a volta ao parque em que se insere o complexo das cataratas e a Goat's Island. Aceitamos. O senhor que ora nos oferece os bilhetes pensou duas vezes e acha que não tem joelhos capazes de aguentar estarem muito tempo sentados nos bancos de madeira do eléctrico. Fazemos a round trip e pensamos que, tirando o tal do helicóptero não nos falta fazer mais nada aqui. Levamos a memória de um portento da natureza que vale a pena ver mais que não seja uma vez na vida. Eu já repeti três vezes e é sempre uma excitação dar conta da nossa pequenez face a este tipo de colossos vivos...
2 comentários:
Só fui uma vez ás Cataratas do Niagara e embora lhe reconheça a sua beleza não gostei da experiência no dito “barquinho”! Tínhamos ido de carro de Montreal a Toronto e era nossa intenção ir do mesmo modo ás Cataratas, mas nunca com a intenção de embarcarmos nessa aventura. Aconteceu que no lobby do Hotel havia uns prospectos turísticos e entre eles o de um dia no Niagara. Refletimos e pensamos que era uma ideia já que evitávamos o problema do estacionamento.
A elas chegados, o autocarro para em frente ao acesso do barco, metem-nos uma capa azul na mão... de repente vejo-me no Maid of the Mist” em que eu jurara não entrar! O medo não me deixou reter nada!!
Era imensamente pequena quando pela primeira vez visitei as cataratas. Senti um fascínio enorme pela monumentalidade e beleza delas. Penso que foi a partir desse dia que me dicidi a visitar as todas as cataratas que via em programas da National Geographic.
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