E lá tive de ir a Alghero para não dizer que não fui à cidade sarda mais importante aqui neste pedaço de Sardenha em que me encontro para uns dias de recarregamento de baterias all by myself. Foi um ano tão extenuante profissionalmente que preciso isolamento e dolce far niente e a Itália, já se sabe, é que inventou esse conceito. Bom, para Alghero, então.
Era uma vilota piscatória, agora convertida ao turismo da chinelice. Há parques de campismo gigantes à volta do perímetro urbano e as praias limítrofes não são as mais bonitas da região. Perco-me nas ruazinhas. Descubro igrejas mas, sobretudo, fico parva com o comércio de coral vermelho. Pensava que já estava interdita ou, pelo menos, muito limitada a extracção coralífera, Pelos vistos não. Já tinha lido nas brochuras que promovem Alghero que é a capital do coral vermelho mas não pensava que era este absurdo. Enoja-me. Fujo. Só penso, como tenho pensado muito nesta viagem desde que, do céu, vi o Tejo seco, que isto não vai acabar bem para nós. Daremos cabo do planeta se continuarmos assim mas esquecemo-nos que o planeta terá a última palavra. Não é o planeta que morrerá, é o Antropoceno que dará lugar a uma outra era do planeta, uma em que, tal como sucedeu aos dinossauros, nós não estaremos presentes.
1 comentário:
Blonde, não seja tão pessimista, afinal o homem começou a interferir com o planeta desde que começou a fazer agricultura... muitos mil anos depois estamos a tentar encontrar guarida noutro planeta... por muito que o planeta azul seja mal tratado nunca se lhe comparará e por isso iremos tendo juízo!
O que é uma proibição para os italianos? Letra morta mts vezes!
Dalma (daqui do Canidelo)
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