30 de setembro de 2009
Progressos da marmelada...
A coisa não está fácil.
Obrigada a todos por me disponibilizarem receitas e por se disponibilizarem para as provas de marmelada e geleia blondelizantes.
No resto...
Bem...
Tenho uma panela de molho desde ontem com o fundo queimado (aceito sugestões para a recuperação da mesma).
Tenho os dedos todos queimadinhos porque sempre que vou mexer no doce aquilo me explode em bolhinhas ferventes e irritantes.
Tenho o indicador direito moído de tanto marmelo descascar.
Tenho as unhas todas desgraçadas.
Tenho o fogão... bem, é melhor nem dizer.
Ainda tenho o marmeleiro carregado (ah coisa para render).
Esgotei o stock de frascos recicláveis e queimei as mãos ao esterilizá-los em água a ferver.
Resumo: ou bem que a marmelada vale o esforço ou bem que me remeto à condição de dona-de-casa PhD e muito desesperada. Deixa-me ir ver do lume antes que aquilo pegue outra vez e me desgrace outra panela.
29 de setembro de 2009
Marmelada...
27 de setembro de 2009
Fomos a votos. E agora?
25 de setembro de 2009
Vamos a votos. E agora?
23 de setembro de 2009
Esta minha Dona, não há quem aguente!
22 de setembro de 2009
Fame - remember my name
Deixem-me ser bimba hoje, please!
Fame... Porque:
- eu brincava ao "Fame" com a Mana. Tive umas leggings fúchsia (quando ninguém sabia o que eram leggings) e cortei os dedos de um par de luvas cor-de-rosa e fazia umas coreografias giríssimas que depois mostrávamos, à noite, ao Pai e à Mãe e fazíamos espectáculos para os miúdos da vizinhança. Um show pegado! Adereços e tudo!;
- a canção da Irene Cara ainda me dá abalos de medula;
- eu sabia de cor o blablabla da Debbie Allen: "You want fame? Well, it's right here where you start paying... in sweat!"
- esta nova banda sonora está uma coisa que só apetece dançar;
- é Nova York... (e aqui a Blonde suspira de saudades).
Já me estão a ver no cinema, não estão?
:)
21 de setembro de 2009
Da maciez outonal
16 de setembro de 2009
Do (meu) Patriotismo
Dos homens da minha vida (os portugueses, entenda-se) fica a noção de todos, sem excepção, me enfatizarem no meu estrangeirismo, com o bom e certamente o mau do meu germanismo. Até o homem que me casou e de quem me descasei me apontava o perfil dinamarquês (?!) e desconfio que desconfia que nunca acabei o processo de naturalização tal a burocracia a que o Estado Português me obriga de cada vez que eu me apresento como cidadã perante a Lei e a Grei. Por vezes ouvem-me o sotaque que eu teimo em não ter e à expressão "Sou portuguesa" franzem-se sobrolhos "Mas com esse cabelo?", o que, digamos, me resume a uma cabeleira loura e nada mais. Também já me mandaram embora daqui porque "Tu não és como nós", o que, quando se tem 7 e é um adulto que fala, nos infunde o medo da nossa própria terra. Comparam-me à Catherine Deneuve e já tive alunos que me chamaram Nicole Kidman, para não falar de ser a Barbie de serviço no ginásio. Não serei, portanto, portuguesa? Bem, pelo contrário.
Acontece que, jamais em dias desta vida, me ouviram dizer fosse o que fosse em desabono deste país estando eu fora de portas. Posso nutrir um odiozinho fundamentalista ao FCP mas torço sempre para que vença no estrangeiro. Abomino o Jürgen Klinnsman, que eu idolatrava, diga-se, por uma vez ter feito o Sporting perder à conta de tanta pancada nas canelas dos desgraçados dos portugueses, ora eu sou benfiquista, entenda-se. E quantas, mas quantas vezes, eu já não me indignei com estrangeiros que acham que nós somos a parvónia em figura de país e que, de Portugal, só sabem "o" Salazar: "Oh no, we've come a long way!" Ou, pior, quando doutamente dizem saber da nossa Revolução: "I'm sorry, that was three decades ago, we've got a strong democracy and those are biased patronising stereotypes". Levam-na logo!
Pergunto-me como é que é possível que, quando é Portugal que é projectado lá fora através de cidadãos que se distinguem por alguma contigência excepcional, assomem sectarismos e revanchismos que são coisinhas tão inhas? Acho, sinceramente, que Durão Barroso traiu o plebiscito que o elegeu aqui, neste canto periférico da Europa, ao aceitar ir para a centralidade europeia e europeísta. Foi!, paciência. Agora, parece-me, é apenas um português num cargo destacado de reputação mundial e, quando assim é, não seria bom que o olhássemos na projecção nacional(ista) que nos enobrece? Enfim, desabafos de uma "estrangeira" que valem o que valem.
11 de setembro de 2009
Paro-me
Gosto dos meus partos. Dos meus renascimentos.
Morro de mortes mortas e ressuscito. Hoje, agora, sei que (re)nasci como no dia primordial em que me cortaram o cordão umbilical e eu tive de respirar. Respiro.
Morri há onze anos. Talvez há um pouco mais. E, desde aí, tenho estado no meu velório. Estive. Não estou mais.
Vim aqui, pela primeira vez, a este Alentejo de placenta quente há quatro meses. Casamento desfeito que nada me importava. Males de coração que não saravam desde o Inverno e que eu mascarei sem sucesso em curvas (des)sentimentais vãs. Vivia o luto que não o do casamento infeliz, mas o do Amor que não pôde desabrochar porque um qualquer estado “zen” inexplicado e súbito o cerceou. Pedro… Acolheram-me aqui no amor sincero de amizades redescobertas. Fui feliz a passear cães e a correr sobre restolhos com botins de borracha. Parti de energias renovadas para a vida que me esperava na grande cidade.
Regressei
Voltei novamente. Estou aqui ainda. Tinha, porque tinha, de ser. Percorro estas estradas ao som celta de música escocesa. A paisagem seca deste Alentejo ibérico e quente que se junta à suavidade verdejante e húmida das Highlands. Não imaginava que a mudança passasse por aí. Como não pensava que passasse por aqui. Passou. Cinco mil e tantos quilómetros. Tantos, meu Deus. E eu, que subi aos vulcões de Lanzarote na ânsia de tocar o céu por entre a lava matricial que me encheria a alma com a força telúrica do interior da terra viva, desci para regressar a este Alentejo uterino que me pare num parto belo sem dor.
Respiro o ar que me enche os pulmões na golfada imensa de quem inspira o sopro do começo. O meu Começo post-mortem. Corro ao encontro das tempestades violentas que rasgam os céus do crepúsculo deste Alentejo quando o calor do dia se verga em tormenta.
– És completamente louca!
Sorrio. Sim, talvez. Ainda bem.
– Vê os relâmpagos. – Insto enquanto me perco em trovões e raios de luz ofuscante que me riscam os olhos.
Sinto a energia que se desaprisiona do céu
Pedro…