16 de abril de 2012

Comboio Nocturno para Lisboa

Nachtzug nach Lissabon foi o original que me veio parar às mãos há talvez uns cinco anos. E um alemão que me perguntava insistências sobre Eça e Pessoa porque o estava a ler e veio cá. Depois um dia, anos depois, fui ao Porto de comboio (eu que nunca ando de comboio) e quando desembarquei na Estação Oriente, entrei na Bertrand só porque sim. Vi a tradução: Comboio Nocturno para Lisboa e comprei-a; acho que me fazia sentido comprar um livro cuja acção é possível só porque há uma viagem de comboio e porque, há muitíssimos anos, nos tempos gloriosos do Inter-Rail eu fiz o percurso inverso. Li com outra atenção a tradução sem também saber porquê. Engraçado como aprendo e vejo sempre tanto de Lisboa através dos olhos dos estrangeiros. Aconteceu isso com este Pascal Mercier que assina o livro e aconteceu também com o John Berger e o seu Hier, wo wir uns begegnen, que eu presumo no original seja Here is where we meet, cujo enredo começa num jardim de uma Lisboa no Verão.
Agora está aqui o Jeremy Irons, outra vez. Vem gravar a adaptação cinematográfica do Comboio Nocturno para Lisboa. Espero que lhe saia um filme melhor do que o último que cá gravou, A Casa dos Espíritos, e creio que, como a personagem que vai representar, é outro estrangeiro que sucumbe a esta cidade branca (e cidade branca é como o John Berger lhe chama) debruçada sobre as margens de um largo rio de plácidos azuis. Uma cidade que me dá saudades quando me vou embora, uma cidade que sendo-me ainda estranha, é-me casa à distância.

7 comentários:

mfc disse...

Veremos no dão estas filmagens de agora!!
Mas olha que eu gostei da Casa dos Espíritos...

Beijos.

luisa disse...

O problema é que, geralmente, gosto mais dos livros do que dos filmes que lhes sucedem. Este, não li.

Anónimo disse...

Tem piada, porque há dias explicava a razão de ter comprado o livro e também foi mais ou menos por impulso. Gostei do nome e nunca tinha lido nada dele.Adorei.

Cristina Torrão disse...

Não li o Nachtzug nach Lissabon até ao fim porque me faz muita impressão a insistência do autor na morte súbita. Ele é aneurismas no cérebro, ele é arritmias cardíacas...
Balhamedeus!

Leonor disse...

Gostaste do livro? Tenho-o cá mas em Português.

teardrop disse...

Li o livro no Inverno de 2008. Adorei e fiquei muito feliz por passar a filme. Lisboa merece!

sem-se-ver disse...

o livro foi um êxito monumental na alemanha.

pessoalmente, achei-o mt de filosofia de pacotilha, mas compreendi perfeitamente a adesão do público. tem exotismo, mistério, aventura, e um protagonista muito bem esgalhado.