Vir a Alba de Tormes não é só vir a uma vila pitoresca de Castela-Léon, não é só vir ao local de nascimento da Casa Ducal de Alba, é vir a um local onde tudo se torna diminuto face ao que aqui ocorreu a 4 de Outubro de 1582. Essa data e essa ocorrência definem hoje Alba de Tormes.
Aqui entregou Santa Teresa de Ávila, santa e doutora da Igreja, a sua alma ao Criador a quem se deu em vida e na vida além-morte. Tudo aqui gira em torno de Santa Teresa e dos seus últimos dias. Aqui descansaria em paz o seu corpo se os Homens tal deixassem. Esquartejada em morte, o coração e um braço estão expostos em relicários mórbidos para contemplação pública. Não pago para ver. Entro na igreja para prestar respeito. A morbidez não me inspira à oração. Fá-lo-ei noutra igreja onde entro e há luz e despojamento e não a penumbra opressiva desta em que supostamente descansa uma santa entre as santas da Igreja. Ao partir não deixo de pensar no que sentiria Teresa, a freira, a mulher desta terra ao saber o que lhe estava guardado nesta vida pós-vida.
1 comentário:
Até que enfim que encontro alguém que não paga para ver coisas mórbidasou artefactos ligado são sofrimento dos outros.
Já estive duas vezes no "Ground Zero" e nunca fui ao museu que nele existe, tal como por três vezes em Berlim não visitei o Museu do Holocausto!
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