Está outro dia lindo de Verão e um cruzeiro no lago vem mesmo a calhar. Embarcamos. A toda a volta mansões luxuosas. A da Sissi atrai todas as atenções. Nascida na Baviera, Elisabeth casou com o herdeiro do império austro-húngaro e seguiu a ter com o noivo num cortejo esplendoroso pelo Danúbio abaixo até chegar a Viena. Era, contudo, aqui na Baviera que se sentia em casa e aqui que gostava de passar os Verões. É dela a mansão-palácio, hoje ainda em mãos privadas, que vemos semi-escondida entre a folhagem luxuriante. Deixou um mito atrás de si: Sissi, a imperatriz deslumbrante. Não foi feliz. Anoréctica, depressiva, sobreviveu ao suicídio do único filho varão e foi assassinada nas margens do Lago Genebra por um anarquista italiano. Trágico destino.
A meio do lago, a única ilha, Roseninsel, património UNESCO pelas suas casas pré-históricas lacustres, e local onde Ludwig II recebia amigos como a prima Sissi, a czarina russa, ou o compositor Richard Wagner.
Já no fim do cruzeiro, os meus padrinhos e o meu marido acenam exultantes aos barcos que passam. Eu sorrio. Ninguém acena do outro lado e eles sorriem perplexos por ninguém lhes acenar. O choque cultural tem destas pequenas coisas... Nada que nos desmorone o entusiasmo.
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