21 de março de 2018

Auf Wiedersehen, Bremen

Tenho um aperto no peito quando me despeço de Bremen. Reconheço-o. É profundamente português e chama-se saudade. Não sei quando aqui regressarei. O meu marido pede-me para regressarmos em breve. Digo que sim mas sei que o breve é uma intenção adiada. Nas divagações da mente de quem acaba de descobrir uma novidade agradável, pergunta-me se não nos poderíamos mudar para aqui. Explico-lhe que ele viu uma cidade romanceada pela minha saudade de um passado feliz, povoada por pessoas que moram no meu coração. Ele não aguentaria estes Invernos setentrionais sem luz. Bem me lembro de ver os meus pais a apanhar banhos de luz infra-vermelha naqueles aparelhos que tentavam mitigar a ausência de sol. Gosto deste local. Amo-o e é-me mas não me arrependo das minhas escolhas e a alma também me habita num país atlântico que mora num canto pequenino e ameno da Europa...

1 comentário:

Dalma disse...

“Homesickness”! Sempre que as nossas viagens se estendem por mais de 15 dias e se sobretudo são deste lado do Atlântico, de onde partirei daqui a quatro horas, esse sentir reaviva-se. Além disso penso que o “cantinho” de que fala não é tão mau como muitos querem fazer crer....Aliás todo o português maldizente do seu país devia ser obrigado a viver uns tempinhos fora, que logo mudaria de ideias!