30 de junho de 2019

Gibraltar visto de Espanha

O dia em que estive em Gibraltar estava nublado, pardacento, melancólico, muito diferente do dia em que subo aos montes vizinhos e o observo ao fundo na sua solidão de rocha escarpada e velha. Só assim se tem a real percepção da sua diminuta dimensão no coração de Espanha. Do aglomerado urbano que circunda O Rochedo, apenas uma ínfima fracção é Gibraltar, tudo o resto é Espanha que faz questão de se encostar o máximo que pode à fronteira. Mal se dá por ela. Parece uma portagem em hora de ponta e nada mais, ou um porto onde atracam ferries e se assista ao movimento de gente e carros de um lado para o outro. Olhando para a vastidão espanhola, Gibraltar, e o Rochedo em particular, têm a minúscula e dolorosa dimensão de uma ponta de alfinete ali cravada. Majestoso, O Rochedo domina, na sua altivez, a paisagem envolvente. Não é o promontório mais alto daquelas cercanias mas é singular pelo seu obstinado destaque e o não querer ligar-se à cordilheira que o cerca por todos os lados menos do do mar. Fiquei-lhe com respeito... 

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