Agora, armam-se bandos de ambientalistas e lá vão em peregrinação, comunicação social atrás que é para o sensacionalismo da coisa, acampar em protesto para o Baixo Sabor. Que não senhora, uma barragem ali é a calamidade ecológica, que não senhora, que o rio vai deixar de ser selvagem, que não senhora, por aí fora.
Pois, agora digo eu que não senhora, que andam todos doentes, com palas nos olhos (como certos quadrúpedes que também foram levados na peregrinação, com certeza para afirmarem que não querem mexidas no habitat!).
São precisas barragens! As guerras do séc. XXI serão as guerras da água! Será que os senhores e senhoras ambientalistas já se aperceberam disso? E a energia? Acaso não somos um país perigosamente dependente da importação energética? E isso já viram? Lembram-se de Foz Côa?
Eu lembro. Foi a gritaria lobbista ensurdecedora e mal-fundamentada, se me perguntam. A barragem ia ser um desastre. As figuras rupestres iam por água abaixo (literalmente) e lá se perdia o património. E a povoação só tinha a ganhar com o eco-turismo que ia atrair hordas de gente e levar prosperidade à região.
Então, pergunto eu (na ingenuidade do neurónio louro em curto-circuito): onde está o turismo? Onde pára o desenvolvimento? E as ditas gravuras não podiam, simplesmente, ser trasladadas para um outro local? Vão lá perguntar aos habitantes de Foz Côa o que é que eles lucraram.
Querem um exemplo que aniquila já os protestos em Foz Côa? O que é que o Egipto fez em Assuão? Construiu a barragem Nasser que trouxe, de facto desenvolvimento à região depauperada do Baixo Nilo (sim, por acaso até já lá estive na dita e não vi que fosse um desastre ambiental ou um atentado ao património). E lá não havia figuras rupestres espalhadas aqui e ali. Havia vários complexos monumentais como Abu Simbel e Phillae que foram postos a seco. E mais, nunca conheci um egípcio que não louvasse a barragem (e nem me venham comparar o Nilo com o Sabor!).
Então não deixem construir a barragem no Sabor. Continuem no passadismo que o rio tem de ficar selvagem (o que quer que isso signifique) e deixem que quando Espanha não cumprir com os caudais mínimos (ou esperam que isso não vá suceder?) nós vamos nadar em água e energia!
Vão lá de burro e saudosismos hippies protestar para o rio que eu quero ver o benefício que isso traz! O futuro é hoje!