31 de maio de 2010

Continuo sem abarcar tudo

Fizémos a festa de anos da Mana (um pouco atrasada porque eu estive fora). Fotos daqui, fotos dali porque eu quero preservar as imagens da Mana grávida (se bem que ainda não se note grande coisa), e eis que no meio dos pensamentos que correm a cores e risos vem aquele:
- Olha, é a última vez que a Mana faz anos a dois! Para o ano já são três, vocês!
Engraçado. A cada coisa que se pense ou se diga, lá vem a mudança. Não, ainda não abarco tudo. É uma avalanche que se precipita em câmara lenta. Não reconheço nada disto. Não reconheço a minha vida neste último ano. Mudou tudo e continua a mudar tudo. Irremediavelmente penso no tempo de vida que poderia ter sido ganho se eu me tivesse separado mais cedo. Não vale a pena pensar nisso, sei. Mas também não consigo deixar de me interrogar constantemente se não teria sido o momento da separação a acendalha de toda a vida que me tem acontecido ultimamente. Bastou ter mudado uma peça e eis que tudo mudou. Até eu. Acho que voltei a mim, a eu.
E agora aqui estou em rotinas e horários diferentes, em espaços diferentes também, na família a quem se junta gente e vocabulário novo, nomes novos.
Vive num tempo suspenso de memórias uma outra família: eu, a Mãe, a Mana, o Pai. Estão encapsulados no espaço irreal da Casa que habito no real. São o passado que me trouxe aqui. Aquela família como tal, com a fisicalidade da Mãe, já não existe existindo. Mas nós continuamos. Curioso que não associe esta Casa, este espaço a uma outra família que por aqui passou e que eu desgraçadamente construí. Não os vejo aqui. É como se a Casa os tivesse vomitado, como se nunca tivessem existido. Nem sequer estão encapsulados no tempo. Nem isso. Vivem apenas nos incómodos que me dão na justiça, nos tribunais lentos e pesados deste país. É isso, não passam de incómodos judiciais a que me vou habituando como doença crónica.
Ao invés, volto a ver a Casa com uma nova família. Antevejo triciclos, baloiços no jardim. Vejo sorrisos presentes e futuros. Olhos e olhares. Vejo-te a Ti aqui e a Casa que te aceita e quer. Olho à minha volta na Casa que mudo, que se muda e que Tu mudas. A Casa que estava à espera disto tudo. A Casa grande que vai perdendo os ecos da solidão e do espaço desabitado, dos móveis sós mobilando sítios despovoados. A Casa que vai sendo vivida depois de ter sido o túmulo frio do meu não-casamento.
Não, ainda não abarco tudo...

26 de maio de 2010

Vou ser TIA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Daquelas à séria! Tia Blonde!
Já viram, Tia?! Tia Blonde?
E nem é tanto por este bebé indiferenciado que aí vem. É pela Mana. A Mana que eu vejo sempre menina, pequenina, uma Heidi loura sorridente. A Mana vai ter um filho. Ainda não abarco o cenário todo. Só vejo a Mana, a minha Mana, de quem eu me apropriei como filha na orfandade adulta dela, na minha não-maternidade. A Mana vai ter um filho.
E é todo o léxico novo que entra nesta família. Um léxico que vem substituir um outro de morte que já por aqui passou e que por aqui anda instalado desde aquela manhã de Junho há doze anos quando a Mãe morreu. É isso, um vocabulário novo. Alguém que chamará mãe à Mana e a quem a Mana vai chamar "Filho!", "Filha!", olhando-o com olhos derramados de amor. O Pai vai ser avô. Meu pobre Pai enlutado de abismos, meu Pai avô que vai ter um neto de quem falar na terceira pessoa: "O meu neto isto", "O meu neto aquilo" enquanto sorri no sorriso de legado geracional-genético cumprido.
E eu? Eu vou ser a Tia Bá a não ser que me invente um novo nome e até isso mudará. O nome que a mãe dele me inventou e que ele pode reinventar à sua maneira.
Gosto de palavras. Tanto. Muito. E mais gosto destas novas.

Vou ser Tia! Tia, vejam lá!

25 de maio de 2010

E o que é que é pior no regresso?

It's that you just get swamped!!!
Arrrrgh! Caramba tanto trabalho que nem sei para onde me vire! Ok, isso, e chegar a Portugal para descobrir que as medidas anti-crise deste governo são efectivadas sem passar pela Assembleia. Acho que apanhei o avião errado...

0-0 com Cabo Verde?!

Esta gente sabe que está aí um Mundial? E que temos o Brasil à perna?

23 de maio de 2010

O meu post não ia ser isto...


... mas, ao regressar e abrir aqui o blog, vi ali em baixo o comment do Implume e pus-me a pensar - o que é sempre uma coisa propensa a resultados estranhos.
E o Implume diz qualquer coisa de eu ter sempre um abismo à minha frente, e não percebo bem (aliás, nem bem nem bem mal) aquela de não retorno à casa e ao cãozinho e à Paula com as suas flores e mimos e à província disfuncional que nos rodeia e onde, pelos vistos, eu moro na maior parte do meu tempo. Hmm...
Mas eu regresso sempre aqui à casa, ao Spotty, aos mimos da Paula, que, desta vez, me deixou uma garrafa de vinho "caseiro" (dizia no bilhete que acompanhava) emoldurada num laço encarnado e que foi o marido que "fez questão" (também lá estava no bilhete) de me deixar. Regresso aqui à província disfuncional. Levo horas entre o estacionar o carro, tirar as malas e entrar em casa. Primeiro passo ronda ao jardim: a árvore que plantei antes de ir de viagem dá mostras de não se ter aguentado, as nêsperas, que ficaram amarelas de verdes, estão côr-de-laranja e engelhadas. Presumo que deve ter estado muito calor. Em Londres estava de morte (o calor, claro). As rosas, por seu turno, estão lindas e abertas de vida de tal modo que as pétalas pesadas lhes caem despudoradas. A relva foi cortada na minha ausência. Sim, gosto destas coisas do meu mundo provinciano. Gosto de reencontrar o Spotty que primeiro me ignora, castigando-me pela ausência, e que depois me traz a bola para eu brincar com ele. E brinco. E rego a árvore moribunda. E olho o meu mundo de verde e flores com os olhos do coração e de me ver dona dele não o deixando naufragar e vendo o tudo, o tudo que gira no meu mundo de mulher que regressa a casa. À casa vazia onde finalmente entro. As persianas corridas e as janelas abertas que adivinho se devem aos cuidados e esmeros da Paula que não deveria querer que eu entrasse numa casa abafada por estes dias de clausura. Estou só aqui, mas adivinho a presença dos que me amam e espanto-me. Espanto-me todos os dias agora que me vejo a mulher que eu não sabia que era.
Regresso de um mundo cosmopolita que amo. Regresso nas roupas não-provincianas. Regresso com livros. Tantos livros: livros de viagem, das viagens que me correm no sangue nómada, romances, a biografia do meu idolatrado, amado e endeusado David Attenborough, um livro do John Simpson em viagem às terras de ninguém. Regresso a cheirar a aeroporto. Regresso cansada mas regresso feliz. Feliz por ter ido. Feliz por regressar. Aqui. Ao meu mundo de casa grande com o cãozinho e os mimos da Paula. Aqui onde eu também sou eu. Onde me descubro por entre memórias dos que já partiram. Entre ecos de divisões não habitadas. Entre o passado e este presente que se quer futuro e já é passado. Disfuncional? Talvez. Mas sou eu aqui e eu gosto do aqui. Não vejo abismos. Preenchi-os de terra. Atravesso-os a vau. Podem lá estar mas, por enquanto, não me engolfam.
O meu post não ia ser isto, mas acabou por ser.

22 de maio de 2010

É assim:

Estou tão mesmerised (ainda) que, apetecendo-me escrever, não sei o que dizer. Acho apenas que tudo isto tem sido mais inspiracional que o normal. Regresso amanhã desta Londres de sol, esquilos, gansos com filhotes, lagos, muita "comradie" académica como raramente tenho visto.
Vou.

20 de maio de 2010

Depois do ataque dos 14 anos...

Tive de ir moderar uma sessão e deixei passar o autógrafo ao John Simpson. Pseudo-auto-consolação: eu queria lá o autógrafo, só estar aqui, só ver aquela postura, muito estilo David Attenborough, I'm afraid, é mais do que compensador. É sem dúvida a melhor de todas as conferências a que vou todos os anos. Esta é mesmo minha: na organização, nas horas que me toma, no prazer que me dá, no feedback e em todo o support que tantas vezes me falta back home in Portugal.
Como diz o meu amigo, mentor, co-fundador desta associação: the miracle continues e este ano melhor que nunca. I'm happy and proud e é outro daqueles momentos em que esta profissão dá mil retornos ao invesimento pessoal-profissional que vem com os espinhos de se ser professor universitário in this day and age.
Continuemos por mais dois dias...
Ah, e da nuvem vulcânica nem notícias!

Boy, am I excited

've just seen the man... Boy am I excited!

Acho que não vão perceber o post, mas estou em presença de um father figure, guru, etc. da minha área de pesquisa. Acho que voltei aos 14...
xiu, que vou ouvir com muita atenção.

15 de maio de 2010

Post com louro




Não louro de louro, mas louro de louro, daquele do loureiro do jardim. Nunca tinha visto uma taça com folhas de louro mas quando vi achei tão incomum que aqui fica.

14 de maio de 2010

E o que é que eu retive da visita do Papa?

- Que o IVA vai subir;
- Que vou ficar com menos 45 euros no salário, mais coisa menos coisa (desconfio que para mais do que para menos);
- Que o matrimónio é indissolúvel (sim, por isso é que a Santa Sé vai levar com um certo pedido de nulidade de um certo não-casamento). E, desculpe lá Santo Padre, mas isto é de um atavismo medievo até dizer basta.

Ai, que fúrias, meu Deus!

12 de maio de 2010

Não-aniversário

Ocorreu-me mesmo agora. No fortuito. No trivial quotidiano. Escovando os dentes a olhar para o espelho, no gesto mecânico. Lembrei-me que não me lembrei este ano do dia do meu não-casamento. Já passou quase um mês sobre a data e passou por mim como nada. Esqueci-me total e naturalmente.
Fiquei feliz no esquecimento. Tão feliz...

10 de maio de 2010

E o que é que eu acho desta visita Papal?

Eu não acho nada.
Estranho, se pensarmos que eu fui duas vezes ao encontro de Wojtyla, que sofri a sua morte como a de alguém da minha família, que lhe admirei o calvário que me doía na alma como caminhada para o Gólgota à qual eu e todos assistíamos impotentes. Naqueles tempos, para usar a expressão missal, eu tinha uma fé inabalável. Dei-me conta de que a tinha ainda pequena. Acho que a encontrei nas minhas solidões de miúda que lia muito fechada na biblioteca com cheiro a século XIX dos meus avós maternos e de miúda que se perdia tardes inteiras entre silvados de amoras, rios secos no Estio, e a grande Natureza em que os meus Pais tiveram a felicidade de me criar. E, por uma coincidência cósmica, quando eu descobri a fé, ou melhor, a crença em alguma coisa de infinitamente inexplicável e boa, um algo completamente transcendente e perfeito, eu tinha ali aquele Papa, aquela figura que me lembrava o Jesus das multidões e dos milagres do pão e do peixe. Um Papa que falava quinhentas línguas e viajava incessantemente, um Papa que era alvejado e que peregrinava. Claro que tinha a mentalidade conservadora em extremo das pequenas coisas que me irritam na Igreja dos Homens: o celibato sacerdotal, a não ordenação feminina, a infame campanha anti-anti-contraceptivos e essas mesquinhezes que afastam muita gente do encontro com a religião. Mas, Wojtyla contornava tudo isso com a sua naturalidade de estar connosco: nós, as bases da Igreja, nós os esfomeados de pão de fé.
E tinha também a Mãe para me ajudar no meu caminho porque Ela tinha aqueles vastíssimos horizontes culturais e aquela maneira particular de abordar comigo o tema da religiosidade. Nunca, nem com padres, nem com catequistas, nem com ninguém, eu alguma vez alcancei a profundidade dos debates que eu e a Mãe tínhamos sobre o transcendente. Sendo uma acólita do Cientismo, que eu também professo, Ela conseguia dar um corpo à crença religiosa e à existência cabal de Deus que ainda hoje me surpreende. Tinha aquela visão depurada por anos e anos de pensamento e, portanto, quando conversávamos sobre a coisa teológica as horas passavam e as tardes viravam crepúsculo regadas a cacau quente ou limonada dependendo das estações.
Eu cresci e tornei-me assim num alguém maravilhado ante a religião e na certeza de Deus. Não tenho o espírito tão peculiar da Mãe, moldado no cadinho do Evangelismo alemão e do Catolicismo português. Ela seria, porventura, de índole mais ecuménica do que eu. Mas seja como for, entre aquele Papa e Ela eu nasci para a religião.
E foi a religião e a âncora da crença no divino que me mantiveram à tona quando Ela morreu e eu entrei de rompante como nunca antes pela Igreja dos homens adentro e passei a fazer leituras na Missa, a cantar no coro e a dar catequese. Era como se, ao mesmo tempo, eu tivesse de dar um pagamento a Deus e à religião pelo auxílio que me davam ao espírito partido pela dor e, por outro lado, como se fossem o meu refúgio seguro contra a dor, o abrigo onde eu encontrava consolo. E sempre encontrei consolo.
A Mãe partiu. Wojtyla partiu. (Até o Pe. Faustino mudou de paróquia).
É como se o Tempo tivesse mudado a página para uma nova era. Não me reconheço nesta orfandade. Recolhi-me de um espaço público para um mais privado. A minha fé é intimidada por este Papa cerebral em excesso. Não percebo a histeria dos outdoors que estão colocados por essa Lisboa fora e que dizem patetices de fé miudinha como "Rezar foi o Pai que me ensinou", "Esperar foi o Pai que me ensinou". Não percebo a postura do governo em dar "folgas " e pseudo-feriados só porque este Papa vem cá. Pergunto-me, então, onde estaria o governo nas vezes em que Wojtyla cá veio. Eu, por mim, vou ficar agarrada ao pc a preparar papers para conferências enquanto o Papa por cá andar e durante estes feriados, providenciais para o meu trabalho diga-se de passagem.
O que é que eu acho de o Papa cá vir?
Nada. Não acho nada. E também não acho o sítio onde coloquei a minha fé de outros dias. Sei que a não arranquei de mim, mas anda adormecida, dormente algures e eu não sei onde. Às vezes questiono-me sobre onde ela andará e porque é que me não assoma à alma com aquela força e aquela presença de outrora e não me provoca os arrebatamentos que me levavam a Santiago de Compostela e a Finisterra. Ando vazia de fé num vácuo que não reconheço. E o mais desconcertante é que não me apetece ir à procura da fé que se escondeu. É como se o excesso de fé anterior me tivesse dilacerado ao ponto de eu ter ficado exangue e este Papa tivesse enxugado o resto com a sua aridez pontificial de uma Igreja parada no pó das eras passadas, uma Igreja de sombras góticas ao invés dos espaços abertos e soalheiros por onde caminhava Wojtyla. Recolhi-me, é isso. E acho deprimente, vazia de sentido e indicadora de um pensamento primário e fingidor de fé toda a gritaria solene e oca em volta da vinda deste Papa.
Eu, católica em limbo me confesso...

8 de maio de 2010

Cheers - Aquele bar (e aquelas memórias)

O dia amanheceu farrusco: húmido, frio, de cara triste, tão triste que não parece Sábado, não parece Maio, não dá vontade de fazer nada. Preguiço em frente à televisão com a mug de café na mão, o pijama vestido e a pouca vontade de fazer seja o que for. E ei-lo. Algures na RTP Memória, um canal cuja mera existência eu sempre desdenhei. Até hoje.

Eu adorava o "Cheers". Eu já nem me lembrava que alguma vez o "Cheers" tivesse existido. E, de repente, ali estou eu em viagem a um passado que tão boas memórias me traz. Não havia pcs, ipods, mp3s, cds, dvds, havia leitores de cassetes que eu encostava à televisão e gravava coisas. Uma delas, a música do "Cheers", que, mecanicamente, me saiu dos lábios enquanto eu estava pasma a ver o genérico de uma série dos anos 80 em plena segunda década do novo milénio. Depois da música gravada fiz dois ou três rewinds e escrevi a letra da canção. Pronto, já podia cantarolar "... where everybody knows your name, and they're always glad you came..." Eu teria quê? Dez, doze anos, não mais. Meu Deus, já passou isto tudo?

7 de maio de 2010

Efeito de estufa?!


Mas qual efeito de estufa? Qual "global warming", qual carapuça! Está frio como o raio. Já eu mudei o colchão para o lado "Verão", já tirei o aquecedor de colchões e mais os lençóis de flanela e eis que volto ao Inverno?!
Venham-me cá com teorias do aquecimento global, venham! Ainda vem mas é aí uma nova Idade do Gelo, é o que é.

5 de maio de 2010

Há dias em que vale tanto a pena...


Entro na sala para a última aula. Vieram da Letónia, da Áustria, da Alemanha, da Polónia, da Roménia, da Itália, da República Checa, da Eslováquia, da Hungria e... do Japão:
- Estás a perceber?
- Zamo-mi Yukinori. Ay!
Um contigente nipónico tão diferente de nós ocidentais. Escrevo equações no quadro e enquanto os alunos europeus sacam das máquinas de calcular e dos telemóveis, os japoneses concentram-se no quadro, olham, baixam as cabeças de cabelo escorrido e preto e resolvem os problemas sem auxílio de maquinetas. Nunca têm dúvidas. Nunca questionam e aprendem com uma voracidade e um empenho que nunca vi em mais de uma década de ensino.
Gostei da turma.
Pouso uma resma de testes na secretária.
- Podemos confiar en ti? - Perguntam-me.
- ?! Hum?
- Fecha os olhios.
Obedeço a rir.
Depositam-me na secretária um diploma de "Professora mais fixe" e fazem-me abrir um embrulho onde descubro um anel. São na maioria arquitectos. Observam pormenores. E eu uso anéis incomuns. Um por dia.
Não sei que dizer.
Não me apetece discorrer sobre as milhentas coisas que vão mal no reino do ensino, e tão mal que vão. Fico-me aqui, a pensar que tem dias em que esta é, afinal, uma profissão surpreendente e que ele há coisas ainda tão "fixes" nas ruas da amargura em que anda o Ensino, esse com maiúscula que tão menorizado vai estando.

3 de maio de 2010

Lost in translation (or not)

Conversa entre Prof. Blonde e aluna alemã:

Aluna: Fui con mias namorradas ao Museum.
Prof. Blonde (que é ex-alemã): Nee, nee, nee, não é "namoradas"´, é amigas! (Blonde deduz que como a palavra alemã para namoradas e amigas é a mesma, a aluna deve estar a raciocinar em modo de tradução).
Aluna: Nau! É namorradas! Eu vive con elas.
Prof. Blonde: Pois, mas em Português, "girlfriends" has a romantic meaning.
Aluna: Na, ja?! Mas elas morra conmigo na morrada. Na minia morrada são na morrada.
Prof. Blonde em estilo Eureka!: Ah, "na morada"! Claro!!

Benza-me Deus, o Alemão é uma língua tão lógica. Porque é que o Português tem estes truques todos tão complicados? Então não faz sentido: se moram na mesma morada, claro são "na morada", as colegas, e toca a andar!

2 de maio de 2010

Se eu podia viver sem a Paula...

... poder, podia mas não era tão divertido.
Onde é que eu teria sempre a casa tão florida? Pois... não teria. Traz-me sempre flores frescas do jardim dela que compõe com coisas do meu.
E onde é que eu me divertiria tanto à procura das coisas que ela eclipsa em parte incerta? Esta semana levou-me um guarda-jóias do meu quarto para o de hóspedes, sim que eu tenho imensos hóspedes que precisam das minhas jóias! Ainda estou à procura de um livro de música que estava no escritório. Transferiu um livro da mesa-de-cabeceira do meu quarto para uma camilha também no quarto de hóspedes (deve ter medo que os hóspedes que nunca cá pernoitam tenham falta de literatura). Move-me as molduras todas as semanas religiosamente, vá-se lá saber porquê. E... last not least, espetou-me esta semana com uma cesta da cozinha, tipo aquelas onde a malta mete frutas ou ovos ou coisas comezinhas dessas, na sala mas não sem antes decorá-la com flores secas que se deu ao trabalho de cozer à dita cuja cesta com linha e agulha e toca de lá meter uma série de comandos (tv, cabo, dvd, etc) e expô-la na mesinha de café.
Se eu podia viver sem a Paula? Não, acho que não podia.