30 de julho de 2011

Estar aqui

Acordo cedo. Talvez seja a antecipação do dia que me acorda. Talvez seja o som das gaivotas rasantes nas janelas ou a luz avermelhada que repassa os cortinados num país que desconhece persianas. Não durmo mais. Tenho visto tanto. Olho em golfadas as imagens que me passam: umas velozes, outras estáticas sob estes arvoredos milenares.
Sabia que aqui vinha. Não sabia quando. Não esperava já. O Tempo é velho aqui. Velho e longo. Fotografo cada vez menos. A idade tem-me dado a calma para a apreciação. Apazigua-me a importância do ver absorvendo e não do ver por ver, para ter visto, de idades jovens vividas na sofreguidão de fotografar primeiro e ver depois. Os meus olhos são mais importantes agora. Quando morrer não levo fotos. As imagens que eu vejo, essas vão comigo para onde eu for nesse outro percurso. Vou levar estas como levo tantas e tantas outras numa vida que me tem dado o privilégio de palmilhar o mundo pelos sítios mais improváveis e que eu pensava talvez nunca chegar a ver por mim.
Ontem falei baixinho com a voz do pensamento à Mãe:
- O que vês Mãe, quando me vês por aqui? Tão longe, no meio deste Tempo velho de séculos? Que pensas das vidas das tuas duas filhas com percursos tão diferentes? Uma que desconhece fronteiras e vê o mundo em golfadas de olhar, que se libertou de grilhões e tem esta vida incomum? A outra que te deu o neto que não conheceste e solidificou a vida, que te perpetua os genes e te vivifica? Eu pensava que de ambas eu te perpetuaria mais. Mas eu tornei-me noutra coisa, Mãe. Vivi para chegar aqui. Vivi para esta vida de liberdades imensas, paisagens sem fim, uma vida onde eu habito como quero. Sabes Mãe, acho que incomensurável podia bem ser um adjectivo desta língua que me ensinaste para eu descrever a vida que levo. Incomensurável. Como é incomensurável estar aqui e ver coisas que víamos à distância de livros e filmes. O que pensarás, Mãe, de tudo isto?
Hoje vai ser especial outra vez. E talvez seja por isso que acordei tão cedo. E é tanto mais especial porque há reflexos, bem ao meu lado, reflexos mágicos que só esta terra poderia ter produzido. Reflexos que me foram buscar e que agora me acompanham quando, nos meus silêncios de liberdade, eu olho esta terra e vejo com o coração...

26 de julho de 2011

Hoje estive ali


Eu devia ter uns 8 anos e esta série, "Arthur C. Clarke's Mysterious World", teve um grande efeito sobre o modo como eu apreendo o mundo e como eu queria ser cientista quando crescesse. Hoje estive num desses lugares enigmáticos que se me abriam nesses programas do Arthur C. Clarke.
Hoje vi-me como eu era, a miúda das trancinhas louras colada à televisão com a Mãe e a Mana, as três muito caladinhas e atentas a ouvir o Arthir C. Clarke que nos fazia pensar nos enigmas deste planeta. Hoje eu estive ali e a Mãe esteve comigo... E hoje eu sou quem eu pensava ser quando me projectava no futuro. Não sabia que aqui viria. Não sabia como viria ou com quem e porque viria. Vim e os meus olhos viram com o coração entre o passado e este presente. Vim, e, num grande conjunto de circunstâncias que me tornaram este sonho real: obrigada, ao passado (muito) e ao presente (agora).

23 de julho de 2011

Leitura de Verão

Já nem sei quando é que trouxe este Kingdom by the Sea cá para Casa. Sei que já foi há uns tempos valentes numa daquelas viagens em Londres em que o peso dos livros é maior do que o meu próprio peso.
Acho o Paul Theroux, juntamente com o Bill Bryson, um dos melhores escritores de viagens contemporâneos. E a ver se, finalmente, é desta que leio as suas tribulações num périplo pela Grã-Bretanha, o reino ao pé do mar.

22 de julho de 2011

Dia sui generis

Chego exausta a casa. Apetece-me cair num sofá e deixar-me estar. Fazer um shut down qualquer e não fazer o que há por fazer, não pensar o que há para pensar. Quero sossego.

A campaínha toca. Alguém me dá flores. Volto ao sossego.
A campaínha toca. Alguém me vem perguntar se eu não vendo os terrenos. Volto ao sossego.

Não posso dar-me ao sossego. Marcho para o ginásio.

Chego a casa exausta. Mas agora posso sossegar. 

20 de julho de 2011

Doce de tomate Blonde 2011

É o terceiro (terceiro!) ano que faço doce de tomate e estou a apanhar-lhe o jeito. Este ano fui muito atinhadinha e até deixei o tomate perder o líquido em excesso antes de o pôr ao lume. Ora vejam:

Ingredientes:
Toamtes bem maduros
1/3 do peso dos tomates de açúcar
canela em pó a gosto
cravinho a gosto

Lavar bem os tomates e lançar-lhes água a ferver num recipiente para lhes retirar a pele. Retirar as pevides. Partir em pedacinhos para dentro de um coador e deixar que percam o excesso de água. Depois deitar a polpa do tomate para dentro de uma panela de ir ao lume (nesta altura eu espremo-os com as mãos até quase desfazer a polpa em puré). Juntar o açúcar, a canela e umas quantas cabeças de cravinho a gosto e envolver bem na polpa do tomate. Deixar ferver em lume brando até apurar (quando se retirar uma colherzinha de café de doce para um pires e o doce ganhar consistência ao arrefecer está pronto).
Verter para frascos estirilizados ainda quente.
Bom apetite!

18 de julho de 2011

Noite de ventania

Isto de viver numa Casa de ecos em noite de vendaval é um bocado como o script manhoso de um filme low cost com casas que rangem e ganham vida própria: spooky. O pior, pior foi ontem às quinhentas eu ouvir o espanta-espíritos da porta de entrada do primeiro andar antes de me ir deitar (e o que me vale é eu ter espanta-espíritos nas principais portas de entrada: é o pensar estupidamente que se alguém entrar eu oiço logo, como se não houvesse mais portas de entrada nesta Casa, enfim...). Lá fui indagar porque diabo o espanta-espíritos estava tão animado. E quando cheguei a porta escancarada porque o vento a abriu (ou seja, eu algures durante o dia devo tê-la deixado mal fechada, o problema é que eu não estive em casa durante o dia). Já se sabe, a noite traz idiotices à memória e aqui a boa da Blonde achou melhor armar o alarme no rés-do-chão e ir ver se estava tudo trancadinho. E assim como assim levou o comando do alarme para a mesinha-de-cabeceira.
Já ainda mais às quinhentas, a mesma boa da Blonde ia jurar que estava a ouvir passos a ranger dentro de casa. E como a noite é uma gaita em Casas de ecos, zás ligou o comando para o resto da Casa e deixou-se ficar muito quietinha dentro do quarto. Esta manhã, pois... o dia nunca é tão assustador e quem é que se lembra que deixou a Casa feita bunker?... Life!

17 de julho de 2011

Obrigado tia Zana!

Tia Zana, adorei o presente! A Tia Bá apareceu cá e trouxe o embrulho que o pai e a mãe abriram. Adoraram estas calças reversíveis que me vão durar o Verão inteirinho. A Tia Bá fica assim meia banza como é que alguém consegue fazer coisas tão, tão giras, mas já se sabe como é a Tia Bá...
A Tia hoje dormiu cá. A primeira vez que o pai e a mãe tiveram carta de alforria para irem laurear a pevide e aparecerem cá em casa no dia seguinte.
Acho que a Tia se aguentou valentemente! Mas a bem dizer eu portei-me lindamente e não lhe dei muito que fazer. A malta tem de ir com calma, não é? Esta manhã, a Tia estava mortinha por me vestir as minhas calças novas e ficou passadinha porque não me encontrou um pólo ou uma t-shirt em encarnado para combinar com as calças e eu tive de fazer esta figurinha triste de camisolinha verde. Isto para o fashion style da Tia é um crime. Mas eu acho que nem está mal.
Tive foi de me pôr a jeito porque, como as calças são reversíveis, a Tia pegou em mim de cima para baixo e de baixo para cima e teve de me tirar fotos com as calças assim e as calças assado e eu, já se sabe, queria mais era estar a gozar-me das calcinhas novas e metido na minha vidinha que me dá que fazer. Enfim, como é que eu digo não à Tia Bá?  
Obrigado tia Zana!

16 de julho de 2011

Peixinhos da horta blondinhos

Como já não sei o que fazer a tanto feijão verde que me dão das hortas das redondezas e já me enjoo de tanta sopa de feijão verde e tanto feijão verde cozido, lembrei-me que a Mãe e a Avó faziam uns feijões muito crocantes que eu, pouco curiosa com as artes culinárias, nunca me deu para aprender e depois fiquei sem Elas. Adiante, inventei. Não ficaram as coisas maravilhosas da minha infância. Sujei o fogão e tudo à volta e queimei o polegar direito de tal maneira que fiquei com a marca dos buracos da escumadeira tatuados. Um pavor! Mas enfim, dentro das minhas limitações, estes feijõezinhos fritos em polme ficaram saborosos e acompanhei-os com tzatziki fresquinho que corta um pouco o facto de serem fritos.

Ingredientes:
feijão verde
2 ovos
1 chávena de farinha
salsa q.b.
sal e pimenta a gosto
óleo para fritar

Arranjar os feijões, cortar as vagens maiores em dois e cozer. Depois de cozidos, escorrer bem e reservar. Num prato fundo bater os dois ovos com a salsa, o sal e a pimenta. Num outro prato dispor a chávena de farinha. Levar o óleo a aquecer bem numa frigideira (o óleo será qualquer coisa como dois dedos de altura da profundidade da frigideira). Passar cada vagem d efeijão cozido por farinha e depois pelo polme de ovo. Fritar. Quando douradinhas, retirar as vagens para uma travessa coberta com papel absorvente. Servir com salada ou um molho fresco.

14 de julho de 2011

Guizado de vegetais à Blonde

 Ontem quando cheguei a casa, a minha Paulinha linda, sem cuja existência a minha seria uma desgraça, tinha-me deixado braçadas de vegetais da horta: beringela, tomate, rabanetes e uma espécie de nabo que eu nunca vi na vida, um nabo de casca preta.
Vai daí decidi dar bom uso aos tubérculos e fazer uma espécie de guizado. Ficou uma delícia e servi com queijo ralado (para dar um pouco de proteína à coisa).
Ingredientes:
1 beringela
1 cabeça de nabo
2 rabanetes
1 cenoura
1 tomate
3 dentes de alho
1/2 cebola grande ou 1 pequena
azeite
pimenta a gosto
manjerona a gosto
1 folha de louro

Num tacho largo refogar levemente o alho e a cebola com a folhinha de louro. Depois juntar o tomate partido em pedacinho e refogar um pouco mais. Juntar a cenoura às rodelinhas e os restantes vegetais cortados em cubinhos. Temperar com uma pitada de pimenta e uma colher de chá de manjerona (e, para quem use, sal). Deixar os legumes cozerem em lume brando mexendo para envolvê-los com o preparado do refogado. Quando estiverem moles e cozidos, servi-los bem quentes com queijo ralado por cima.
Bom apetite! 

13 de julho de 2011

La pensée en Bardot

Confesso que tirando o trivial da bomba loura dos anos 50 e 60 e das campanhas em prol dos animais não sabia quase nada da Brigitte Bardot. Vi um documentário e não consigo evitar pensar na caminhada que é a vida. Vi-a nos cabelos brancos, nas rugas sem botox, na flacidez do pescoço sem liftings, nas mãos com manchas, nas muletas que usa e penso como é que uma mulher daquelas aceitou tão serenamente a idade. Era a mais rebelde de todas, das Deneuves, das Monroes e das Fondas e talvez por isso tenha seguido o percurso inverso: a rebeldia maior de desaparecer da limelight, de deixar o Tempo cravar-se-lhe no corpo e de não se preocupar que a chamem maluca por pensar que os animais, mais do que os homens, precisam dela. Ando há duas noites com imagens atrozes na mente. Não são imagens de gatos e cães abandonados, são a barbárie que incutimos nos seres que connosco partilham o planeta. Coisas inomináveis, cujo choque que me causaram me perduram no pensamento de tal forma que choque, para aquilo, é um eufemismo.
Gostei da Bardot. Uma daquelas super-Blondes inigualáveis que me lembram que era escusado eu um dia ter querido ser morena para experimentar. Nunca experimentei. Vi aquela mulher nas suas muitas décadas de vida e tive-lhe um respeito monumental. O respeito que tenho por todos os que já viveram, enquanto eu aqui em baixo vou pensando no que faço da minha vida, esperando fazer algo que não a desperdice. Olhando-me no futuro gostaria de ver para trás na realização do passado, sem mágoas, coisas incompletas e, sobretudo, sem arrependimentos. Acho que só a idade nos traz esse apaziguamento: a paz de dizermos que vivemos.  

12 de julho de 2011

Do maravilhoso de ver crescer

Agora com oito meses de bebé Manel é que me apercebo como tudo tem de ser aprendido. Eu pensava que os bebés eram uma coisa semi-amorfa que iam apreendendo o mundo à volta como por osmose. Agora acho-os criaturas do mais inteligente que há. Têm de aprender tudo, no mais total que o tudo implica, desde o princípio. Aprender a dormir, a deglutir, a virar-se, a pôr-se de bruços. Discernir entre sede e fome. Não se trata só das grandes aprendizagens: a fala, o andar. É tudo! E todos os dias há uma qualquer pequena-grande conquista. Olho para o meu sobrinho Manel e fico siderada com a velocidade a que ele se integra no mundo e na vida. Coisas como a expressão do olhar mudam à velocidade da luz. E o mais surpreendente é que aos oito meses um bebé já tem diversas expressões no olhar. Franze o sobrolho, olha com interesse, fixa-se em determinada coisa, olha de riso, de curiosidade ou de derretimento. Tudo olhares diferentes. E aos poucos começo a esquecer-me de como era a vida antes de ele aqui chegar...

11 de julho de 2011

Só dura hoje

É tão bonita e tem uma vida tão breve. Se eu não tivesse ido à caixa do correio não a teria visto. E é tão bonita. Às vezes vejo os botões no cacto e penso que não me posso esquecer de os ver florir mas esqueço-me sempre. Hoje foi esta surpresa boa.

8 de julho de 2011

Tzatziki


Aprendi a fazer tzatziki em Rodes. Depois de anos a comer e a chorar por mais, houve um dia que pedi a receita num restaurante em Kolimpia. Gosto imenso da Grécia. Da luz. Da cor do Egeu. Das ilhas. E adoro a culinária. Costumo fazer batota ao preparar tzatziki porque uso sempre as misturas especiais que trago de lá e que guardo religiosamente na despensa até próxima ida à Grécia. Só que os tempos não estão para isso. Não sei quando e se regressarei. Por isso, meti mãos à obra e fazer esta receita de raiz. Surpreendi-me com a facilidade e pergunto-me como é que eu podia ter receio de não ser capaz de fazer uma coisa que é, afinal, tão simples. Enfim... E agora é a liberdade: de não depender dos saquinhos de mistura para tzatziki e de dar bom uso aos inúmeros pepinos que me dão.

Ingredientes:
1 boião de iogurte grego ou, em alternativa, iogurte natural sem açúcar
1/2 pepino ralado
2 dentes de alho muito finamente picados
1 fio de azeite
pimenta a gosto
1 colher de sopa de endro ou de hortelã muito bem picados (eu prefiro endro)

Ralar o pepino e descartar o excesso de água para o tzatziki não ficar demasiado líquido. Juntar o pepino ralado ao iogurte e misturar bem. Juntar o alho picadinho, o fio de azeite e o endro ou a hortelã. Misturar. Levar ao frigorífico. Servir bem fresco a acompanhar pão pita, batatas fritas ou qualquer prato mezze. Eu gosto sobre tostas.
Bom apetite!

6 de julho de 2011

Alguém me explique como se eu fosse muito burra

Hoje acordamos para a lixeira em que a Moody's nos colocou.
Hoje fui ao ginásio e uma colega despediu-se: parte amanhã para Espanha em busca de trabalho.
Hoje recebi um mail de alguém que precisa de trabalho e esperança.
Hoje não posso estar em modo silly season.

Há coisas que não entendo. Portugal não é o Ruanda, o Burundi, a Venezuela ou o Equador. Portugal é, ainda que não pensemos nisso, um país de primeiro mundo. Temos corrupção a rodos, uma justiça burocrática, morosa e medieval, uma classe política inepta, um sistema de ensino que é uma vergonha. Mas temos democracia, Estado Social (a cair, é certo, mas temo-lo), empreendedorismo, empresas, diplomacia, igualdade de direitos. Como é que podemos ser lixo? Como é que agências de rating (e rating, que eu saiba apenas significa classificação, cotação) se sobrepõem à soberania de um Estado independente? E como é que os responsáveis políticos que nos ajudaram a chegar aqui podem ser desresponsabilizados ante os cidadãos? Eu devo talvez ser muito estúpida porque não entendo este estado de coisas num país europeu, civilizado e, apesar de tudo, avançado.
Como é que podemos ser o país em segundo lugar de probabilidade de entrar em bancarrota? Então e a Síria ou o Zimbabué? A Somália e a Etiópia? Meu Deus, os Estados Unidos? Descapitalizados e endividados, os maiores devedores da ONU.
E como é que pessoas decentes, com famílias, contas, gente que trabalha, podem ser obrigadas, por força das circunstâncias e conjunturas, a suportar os humores, os moods, de uma qualquer Moody's e de políticas desastrosas que tantas e tantas vezes são feitas ao arrepio e em total ignorância das reais necessidades do país?
Porque é que nos curvamos perante imposições externas? Porque é que temos medo da nossa própria soberania? Onde anda a nossa coluna vertebral?

Sim, há coisas que não entendo, que não tenho capacidade para entender mesmo que me expliquem em versão lenta e com desenhos. Não percebo como é que um país naufraga desta maneira, um país que não é o Kazaquistão ou El Salvador. Um país onde, na comparação com os países deste mundo, até e ainda é uma boa sorte nascer (para quem aqui nasça ou, como eu, aqui viva nas opções que se tomam na vida).

5 de julho de 2011

Começou a minha silly season

E como é que eu sei disso? Porque a única notícia do dia que li foi: "Duran Duran cancelam concerto em Albufeira". Realmente muito instrutivo... Ou realmente já muito farta...

Vestido PET, ou melhor, de plástico

Isto é absolutamente frívolo mas, também, um sinal dos tempos. Comprei um vestido feito de PET reciclado, ou seja, diz a etiqueta que é feito com tampas de garrafas recicladas. Sinal dos tempos, realmente...

PS - O vestido é o da foto, para quem pensasse que eu andaria vestida de tampas de garrafa coloridas.:)

4 de julho de 2011

2 de julho de 2011

1 de julho de 2011

800 milhões já lá cantam


 
O que me pergunto é onde se vão buscar os dois mil milhões que faltam.
Por estes dias sinto-me a viver nas caricaturas do Bordalo Pinheiro nos finais do séc. XIX ou nas do Punch da mesma altura sobre a Irlanda espoliada pela Inglaterra. Tenho pena de nós. Tenho pena que vivamos no país da inimputabilidade. E que as velhas histórias de crises sejam sempre e ainda tratadas de velhas maneiras. Pouco evoluímos, parece...